“Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará.”
(Salmos 1)
Todo ano, desde quando se percebeu tal fenômeno da natureza e do tempo, há quatro estações, necessárias e dependentes umas das outras: inverno, primavera, verão e outono. Todas elas com belezas e peculiaridades, mas uma em particular me chamou atenção… o outono.
Quando me propus escrever este texto, percebi que esta estação de “transição” (e no meu caso, muita incerteza rs) é uma figura interessante para comparar algumas quedas de folhas na minha breve história.
Os dias são mais curtos e as noites mais longas; o que me lembra que os momentos de clareza, entendimento e até leveza são menores, comparados aos de sombras e escuridão dentro de mim.
A umidade do ar diminui, e por conta disto, fica mais difícil respirar. Consequentemente, algo natural, espontâneo e fundamental, como sorrir de graça, custa, é difícil. Me privei por achar que estava difícil.
Neste período, nevoeiros durante a manhã é comum; e a visão fica difusa. Há e houve dúvida, muito medo e insegurança no meu curto outono.
Crendo contra a esperança – do inverno – aguardo o florescer da árvore plantada junto ao ribeiro, como no Salmo. O crescimento da árvore é uma dependência totalmente externa. Que, como a do texto, eu tenha a sorte de me dar conta que estou plantada junto ao ribeiro. Quero dar frutos. Quero naturalmente e sem esforço, ser sombra, ar fresco e alimento. Quero ser forte. Quero ter raízes profundas. Quero me submeter ao vento, mas não quebrar e ruir com tempestades que podem me alcançar. Quero ser perene.